Revista Muito apresenta “Pra onde vai o Baião” e levanta discussão sobre o pop e o tradicional

Hoje em dia não cabem em um único artista as duas características mais marcantes do Rei Luiz Gonzaga: ser um ícone pop, que embala multidões, e ser um autêntico representante da tradição popular.

 

Essa foi a conclusão do repórter Ricardo Sangiovanni ao conversar com quatro grupos musicais baianos que iniciaram suas carreiras nos anos 2000, Sertanília, Bando Virado no Mói de Coentro, Cangaia de Jegue e Estakazero.

 

Essa conversa pode ser conferida na matéria Para onde vai o Baião, na Revista Muito de ontem (17). A matéria levanta a polêmica discussão entre o pop e o tradicional, mostrando, através de depoimentos dos grupos, que hoje as bandas têm que escolher entre se distanciar da tradição e trilhar um caminho de sucesso ou fazer uma música mais ligada às raízes, que tem menos apelo comercial, faz menos sucesso e dá menos dinheiro.

Leia mais…

Resultado do Edital Prêmio Centenário de Luiz Gonzaga

O resultado do Edital Prêmio Centenário de Luiz Gonzaga 2012 foi publicado no Diário Oficial da União nessa sexta-feira, 11 de maio. A Fundação Nacional de Artes – Funarte anunciou os 20 projetos, que foram selecionados entre os 589 inscritos no Edital. É importante atentarmos que dentre os 20 projetos selecionados apenas um deles é da Bahia: “Luiz Gonzaga tocava assim – vídeo-aula com Dominguinhos”, proposto por Antonio Carlos Nykiel ME. Onde está a produção do nosso Estado!? Dos 20 projetos, 4 foram de SP e 5 do RJ, ou seja, quase a metade dos projetos selecionados estão no eixo Rio-SP.

Acesse aqui a lista dos projetos selecionados pelo Edital. Lembrem-se que esse edital não contempla ações dedicadas apenas à obra de Gonzaga, mas também ao seu universo cultural e artístico, e aos gêneros musicais que o consagraram como baião, xote e xaxado, entre outros.

Celebração das Culturas dos Sertões de 05 a 09 de Maio

 A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) promove, de 05 a 09 de maio de 2012, a primeira “Celebração das Culturas dos Sertões”. O evento tem como objetivo valorizar as culturas dos sertões, difundi-las amplamente e discutir sua importância para a formação da identidade cultural dos baianos.

Segundo a SecultBA as culturas dos sertões ocupam quase 80% do estado da Bahia, o que nos leva a questionar porque elas não têm sido reconhecidas como aspectos constitutivos da identidade cultural da Bahia. Assim, a “Celebração das Culturas dos Sertões” é o pontapé para mudarmos essa realidade e entendermos a real diversidade cultural da Bahia.

O evento acontecerá no Centro de Culturas Amélio Amorim, em Feira de Santana, segunda maior cidade do estado da Bahia, conhecida como o “Portal do Sertão”, e oferecerá uma ampla programação. Mas a abertura do evento vai acontecer em Salvador, no dia 05 de maio, no Teatro Castro Alves, com um espetáculo musical intitulado “Baião de Nóis”. O show reunirá atrações musicais diversas, eruditas e populares, em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga. A direção artística do show é do maestro, compositor, arranjador e instrumentista  João Omar, filho do músico Elomar.  Além do centenário de Luiz Gonzaga, o espetáculo também prestará homenagens ao vaqueiro – oficio reconhecido pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como bem cultural imaterial do Brasil.  No palco estarão consagrados nomes da música nacional, como Elomar, Xangai, Targino Gondim, Raimundo Sodré, João Claudio Moreno, Roze, Gereba, Fabio Paes.

Leia mais…

Exposição O Imaginário do Rei – Visões do universo de Luiz Gonzaga.

Dia 24 de Abril (terça-feira), no museu Rodin, foi aberta a exposição  O Imaginário do Rei – Visões do universo de Luiz Gonzaga. A exposição teve a curadoria de Bené Fonteles e mostra a importância de Gonzaga para a construção da ideia de  Nordeste.

 

“Por sua obra, o Brasil sabe muito mais sobre o sertão que esta sempre dentro da gente”

(Fala de Bené Fonteles – curador –  que compõe a exposição O Imaginário do Rei – Visões do universo de Luiz Gonzaga)

 

O evento de abertura da exposição contou com trio de forró e coquetel de abertura com comidas típicas, além do lançamento do livro O Rei e o Baião, organizado por Bené.

 

A exposição está no Palacete das Artes Rodin Bahia (Rua da Graça,284, Graça- Salvador)

Visitações de Terça a domingo das 10h às 18h. De 25 de Abril a 10 de Junho – Entrada franca

Convite da abertura da exposição O Imaginário do Rei - Visões do universo de Luiz Gonzaga

Sobre a exposição

A exposição O Imaginário do Rei – Visões do universo de Luiz Gonzaga é belíssima, pois apresenta uma intertextualidade muito rica. A exposição é composta por esculturas, xilogravuras, fotografias, filmes e até mesmo uma inusitada cama coberta por uma colcha de retalhos em forma de banderolas de são joão, o que abre caminhos para a nossa imaginação!

Leia mais…

Edital Prêmio Funarte Centenário de Luiz Gonzaga

Com parte das comemorações do centenário de Luiz Gonzaga, a Fundação Nacional de Artes – Funarte institui o “Prêmio Funarte Centenário de Luiz Gonzaga”. As inscrições para o prêmio estiveram abertas até dia 19 de Março.

 

O concurso oferece prêmios de R$ 35 mil a R$ 100 mil a projetos de criação, produção e/ou difusão de obras, atividades ou produtos de cunho musical em homenagem ao compositor. Puderam concorrer composições, arranjos, espetáculos, exposições, obras audiovisuais, cancioneiros, livros, discos, sítios de internet, revistas, pesquisas, seminários, ciclos de debates, palestras e oficinas.

 

Agora é só acompanhar e ver quais serão os ganhadores do prêmio e o que vai compor as atividades em comemoração ao centenário do Rei. Mais informações sobre o Edital Prêmio Funarte Centenário de Luiz Gonzaga no link abaixo:

http://www.funarte.gov.br/edital/%E2%80%9Cpremio-centenario-de-luiz-gonzaga-2012%E2%80%9D/

Expectativas para o centenário de Gonzaga

Depois de uns 5 meses sem postar aqui, eu estou de volta!

 

Peço desculpas pelo sumiço, mas as coisas apertaram e tive que parar um pouquinho. Aproveitei esse tempo que fiquei off line para começar a compilar os questionários que foram aplicados junto ao público do forró pé de serra de Salvador. Foram 310 questionários ao todo! Estou no final dessa compilação e iniciarei a divulgação dos resultados em breve!

 

 

Apesar de estar off line, continuei acompanhando o mercado e estou super ansiosa para ver o que a galera está planejando para comemorar os 100 anos de nascimento do nosso rei, Luiz Gonzaga, agora em 2012. Minhas expectativas são altas! Então aproveitei para saber qual é a expectativa dos forrozeiros  para esse ano! Confira e dê sua opinião também, aqui ou na nossa página no facebook!

 

Indicação de trabalho

Boa noite galera,

Venho compartilhar com vocês um trabalho bem interessante na área do forró. O trabalho não analisa o forró pé-de-serra, mas o forró eletrônico, por isso se configura como uma importante fonte no processo de compreensão das estratégias mercadológicas do forró eletrônico para atrair o público jovem e se projetar no mercado musical. E é isso que acho interessante compartilhar com vocês!

O trabalho, intitulado O novo mainstream da música regional: axé, brega, reggae e forró eletrônico no Nordeste,  foi feito por Felipe Trota, Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ e professor do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFPE, e por Márcio Monteiro, mestrando desse programa de Pós-graduação. Segue abaixo o resumo do trabalho e o link onde vocês podem encontra-lo na íntegra!

Resumo

Partindo de uma reflexão acerca da conceituação de música independente, este artigo busca caracterizar parte da produção musical do Nordeste brasileiro como um novo mainstream regional. Com circulação expressiva na região, a música de alguns gêneros como axé, brega, reggae e sobretudo o chamado forró eletrônico alcança índices de consagração comercial que ultrapassam estética e quantitativamente os limites da classificação independente. Assim, vê-se nestas práticas musicais um conjunto de valores e símbolos associados ao público jovem que, girando em torno das ideias de festa-amor-sexo consegue grande projeção no mercado musical. 

Link para o trabalho

http://www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/viewFile/295/278


	

Resultado entrevista com Jó Miranda

Dia 16 entrevistei Joelson Silva Cardeal de Miranda, 32, mais conhecido como Jó Miranda. Cantor, compositor e sanfoneiro, Jó iniciou sua carreira solo em 2008, caminha para o seu quarto disco e planeja o lançamento do seu primeiro DVD em 2012.

Início de tudo

Jó Miranda contou que sua formação musical foi na prática, olhando e aprendendo.

“Meu irmão mais velho é tecladista e pianista, comecei ajudando ele nos shows. Logo depois fui ser percussionista em uma banda dele, depois fui tecladista e comecei a vim em Salvador tocar com os artistas do Axé Music. Recebi uma proposta para trabalhar em uma banda de uma das maiores gravadoras de Salvador, WR DISCOS, onde eu realmente amadureci profissionalmente, produzindo discos, arranjando…aprendi a parte de gravação e edição de música. Daí pra frente eu recebi convites pra tocar em outras grandes bandas.”

A Sanfona na vida de Jó Miranda

 “Meu avô era sanfoneiro, mas eu não o conheci. Meu pai tinha sanfona em casa desde sempre, mas justamente quando meu pai vendeu a sanfona, eu comecei a me interessar. Aí com muita batalha eu comprei minha primeira sanfona, uma sanfona digamos que amadora. Hoje essa sanfona tem mais de 150 anos.”

Jó Miranda disse que sempre gostou de forró, mas que gostava mesmo era de brincar a festa junina. Ele começou a tocar acordeon na brincadeira, no interior, em uma festa chamada Forró do Calango, que começou em uma garagem, apenas entre amigos. Essa brincadeira foi evoluindo e Jó Miranda começou a receber convites para tocar em bandas. Ele já toca sanfona há sete anos.

Início da carreira solo

Jó Miranda acompanhou artistas como Carlos Pita, Zelito Miranda, Zé de Tonha, dentre outras bandas de forró. Até que em Abril de 2008 ele recebeu um convite da antiga Bicho da Cara Preta, hoje Cacau Produções, pra lançar sua carreira solo cantando e tocando acordeon.  Ao topar a proposta, Jó Miranda saiu com uma agenda boa de shows. Nessa época ele foi selecionado pra o Festival Nacional de Forró de Itaúnas, onde foi um dos ganhadores.

“Forró sempre esteve em minha vida, 80% do repertório que eu tenho de forró é da minha infância, das festas juninas do interior, meu pai também gostava muito de forró, tocava os vinis de Gonzaga e a minha especialidade hoje é tocar Luiz Gonzaga. Depois que eu recebi a notícia que o Trio Nordestino ia grava duas músicas minhas, eu comecei realmente a estudar o Trio Nordestino também, porque eu só conhecia o superficial, mas hoje eu estou bem familiarizado com a história passada e com o presente do trio.”

 

A carreira

“Dentro da profissão mesmo eu vim amadurecendo, aprendendo, aquela história de cai e levanta. Tenho minha essência musical, sou tocador de acordeon, sou cantor e compositor de forró pé-de-serra.”

Assim como a sanfona, a composição na vida de Jó Miranda teve início como brincadeira. Até que em 2007 ele compôs sua primeira música, um xote chamado “Lembro”, mesmo nome do seu primeiro disco. Ele disse que essa música chegou a tocar muito nas rádios comunitárias e do interior, teve uma aceitação muito boa.

Em 2009 Jó gravou outro disco, com musicas próprias e de outros compositores: Targino Gondim, Elvis Pimentel, Beto Souza e Flávio Leandro. Daí surgiu o convite para ir para a primeira edição do Festival Internacional da Sanfona, que não é um festival de forró, mas é voltado para todas as possibilidades da sanfona. Daqui da Bahia só teve Jó Miranda e Cicinho de Assis no evento.

De 2008 para cá Jó Miranda já lançou três discos: “Lembro”, “O povo quer forró” e “O povo quer forró – ao vivo”.

A realidade de Salvador

Jó lamenta que na Bahia não exista um público de forró e acredita que a justificativa para essa realidade é a falta de divulgação do forró.

“Existe um público de São João. Entre as quatrocentas e poucas cidades da Bahia, pelo menos trezentas fazem festa no São João, mas se você for fazer uma festa de forró hoje dentro da capital, falando de forró pé-de-serra, você tem que colocar as grandes bandas do momento para colocar 3 mil, 4 mil, pessoas, que pra uma capital é um nada. Se for falar de forró roots, nosso público cativo hoje é de 300 pessoas. Temos que fazer a maior divulgação do mundo, trazer trios de fora para chegar a 500 pessoas e ainda correr o risco da festa só pagar os custos.”

Jó também contou sobre as dificuldades enfrentadas por músicos e produtores de Salvador:

“A grande diferença lá no Sudeste é que há um circuito. Então se você está no Rio e quer ir pra São Paulo, pra Minas…é tudo muito perto. Então os artistas fazem o circuito indo e voltando, ai fazer um show com as bandas que estão em destaque no circuito tem um custo muito menor lá no Sudeste.”

Quando perguntei a Jó sobre a relação entre os artistas locais e o púbico de forró pé-de-serra de Salvador, ele disse que o público deveria repensar sua relação com os artistas que têm porque não é fácil trazer bandas de fora pra Salvador:

“Existe aquela coisa também de o santo de casa não fazer milagre, é um ditado velho e em nenhum lugar isso muda. As bandas de fora vêm pra cá e o público fica desesperado, sendo que tem bandas daqui que fazem o mesmo som, mesma qualidade, repertório. Quando essas bandas de fora tocam em suas cidades, isso não acontece com a mesma intensidade, aí quando eu fui tocar lá fora esse desespero do público aconteceu comigo.” [risos]

Diante dessas dificuldades Jó acredita que atualmente o melhor para a sustentabilidade de um músico de forró pé-de-serra de Salvador é fazer um bom São João e no decorrer do ano fazer eventos pequenos para estar sempre com o nome em evidência e ganhar uma grana por fora. Ele disse que a maioria dos músicos de forró pé-de-serra de Salvador têm empregos fixos, não vivem só da música e que, nesse contexto, ele é uma exceção.

Jó Miranda hoje

“Esse ano eu gravei um DVD, mas só vou lançar ele em 2012, tô querendo fazer um mega evento pra lança-lo. Além disso, estou começando a pré-produção de um CD em homenagem ao Trio Nordestino, só vão ter músicas gravadas por eles no CD e as minha duas músicas que eles gravaram. Estou vendo quais participações teremos.”

Atualmente Jó está comum projeto aos Domingos, no barzinho Whiskritório.

Scurinho nos mostra os ritmos do forró pé-de-serra

Olá Forrozeiros,

Talvez vocês já conheçam o vídeo abaixo, mas assistam mais uma vez e percebam como Scurinho, ao nos mostrar os ritmos do forró pé-de-serra, nos mostra também que a cultura é um processo dinâmico, que envolve o diálogo constante entre tradição e inovação.

Pesquisa no GabiRoots

Boa noite galera,

 

Ontem estive no GabiRoots para aplicação dos questionários da pesquisa.  Contei com a ajuda de Camila Moura (Camilinha) durante toda a noite e juntas conseguimos 100 questionários!

Agradeço a todos os forrozeiros que colaboraram respondendo ao questionário assim como àqueles que contribuíram com a pesquisa dando dicas e sugestões. Fiquei muito feliz porque várias pessoas já conheciam a pesquisam. Muitos forrozeiros também disseram que acompanham as novidades aqui pelo blog e pela nossa página no facebook!

 

Não posso deixar de falar que o GabiRoots foi muito bom galera!! O forró foi até o dia amanhecer e o público foi ao delírio diversas vezes! Além da galera de Salvador, tinham forrozeiros de outras cidades e de outros estados. Aproveito para dar meu parabéns especial para Raízes do Sertão pelo show P E R F E I T O!

 

Valeu forrozeiros! Vamos em frente nessa caminhada pelo fortalecimento do mercado do forró pé-de-serra de Salvador!